Quem mora no interior sabe que somos estigmatizados. Mas o marketing digital faz tudo mudar.

Sabe aquele momento surreal na vida? Aquela sensação de quem não está acontecendo de verdade? Pois estou num desses… Hoje é uma segunda à noite e acabo de saber que o meu “filhote” “E agora, Raquel?” é vencedor do Top de Marketing ADVB/RS 2017 na categoria Comunicação.

Neste momento passa um filme na minha mente. Penso em quando escolhi fazer Administração de Empresas porque li num folheto sobre o que era marketing. Desde então sou apaixonada pelo marketing, que entendo como uma filosofia de trabalho: o cliente no centro de tudo! A partir daquele folheto, toda a minha carreira foi nessa direção.

Lembro quando eu era estagiária no Praia de Belas Shopping e fui fazer o meu primeiro curso na ADVB. Era, na época, em um prédio muito antigo perto da rodoviária de Porto Alegre. Lembro também da minha sensação de guria do interior ganhando a capital. Depois disso, muitas idas e vindas até Porto Alegre para estudar: especialização, mestrado, pós-MBA, outros cursos e congressos… sempre com um pé na capital, mas com a vida em Santa Maria (para quem não sabe, uma cidade bem no meio do RS).

Por muitas razões eu fui ficando por aqui, mas nunca aceitei o paradigma de que por ser do interior eu seria inferior. Com a internet, confesso que tudo ficou mais fácil. O longe ficou perto. E essa é uma das razões pelas quais eu amo o mundo digital e, como consequência, o marketing digital.E aí chegamos ao prêmio. Uma conquista digna de Davi e Golias! Nós concorremos com um gigante da comunicação no RS. Mas nós, uma imobiliária do interior, somos o “Davi digital”. Conseguimos provar que podemos ser pequenos e gigantes ao mesmo tempo, se soubermos inovar, nos questionar, não aceitar estigmas e sempre, sempre, nos desafiar. Foi assim que nasceu o “E agora, Raquel?”: de um problema que fizemos virar uma oportunidade. De uma ideia que nasceu adivinha onde? Num intervalo de um curso da ADVB sobre marketing digital. O destino prega peças na gente…

Então um ciclo se fecha no dia 12 de dezembro deste ano, quando estarei recebendo o prêmio em nome de toda a minha Família Taperinha. Todos os esforços, todo o estudo, todo o investimento, todos os momentos em que abdiquei da minha família, do meu descanso… tudo terá valido a pena. Nesse dia, voltarei a ser de novo a guria do interior com aquela sensação de estar ganhando a capital. Mas dessa vez, levo toda a Santa Maria comigo!